segunda-feira, 21 de julho de 2014

Candaces na história afro-brasileira II- Antiguidade: Egito


O título Candace se relaciona com as rainhas- mãe ou rainhas guerreiras. Ao longo das postagens chamadas Candaces na história afro-brasileira, iremos expor um pouco da história tanto de rainhas negras e líderes de governos como de guerreiras e mulheres fortes. 

Como já vimos em post anterior  o termo surge na região do Império Cuxita, ao sul do antigo Egito. Mas o próprio Egito teve grandes mulheres ligadas à administração e ao governo do império.


 O papel da rainha-mãe era fundamental, pois se conecta ao mito da formação da realeza, no qual Ísis é a mãe do futuro rei, Hórus, e assim o faraó é o próprio Hórus renascido. As rainhas-consortes, geralmente a primeira esposa do faraó, recebiam o título de Grande Esposa Real e possuíam importantes funções político-administrativas. 




Além das rainhas, o Egito também teve Faraós mulheres, sendo as mais conhecidas Hatshepsut (de 1479 a 1458 a.C.) e, claro, Cleópatra (de 69 a 30 a.C.) . 

Faraó Hatshepsut com os atributos reais
Hatshepsut foi esposa de seu irmão Tutmósis II, e quando de sua morte, ficou como regente até que o filho Tutamósis III  tivesse idade para subir ao trono. Contudo, quando ele atinge a idade (15 anos) a Grande Esposa Real se proclama Faraó, reinando por 22 anos. A faraó estabelece uma ligação sagrada com o trono, identificando-se como o Hórus vivo.  A rainha se apresentava com trajes e atributos de poder masculinos, contudo, sem esconder que era uma mulher.
Uma de suas principais preocupações  era que o seu legado fosse lembrado, e por isso mandou registrar algumas das passagens mais importantes do seu reinado. Uma das construções mais importantes desse período é o templo de Deir el-Bahari.

Rainha Nefertiti. Busto descoberto na antiga região de Amarna em 1912. 
Nefertiti (de 1370 a 1334 a.C.) foi a Grande Esposa Real de Amenhotep IV, mais conhecido como Akhenaton. Em seu governo, o faraó, junto de Nerfertiti, estabeleceu uma nova forma de culto, no qual Aton(o sol, o disco solar) é a principal deidade. Akhetaton, a nova capital é fundada e Nerfertiti atua como figura fundamental na disseminação do novo culto. 
A imagem do casal real aparece em diversos templos e monumentos remanescentes. Após 12 anos de reinado, o nome de Nerfertiti desaparece dos registros levando os estudiosos a acreditarem em sua morte. Contudo, atualmente alguns pesquisadores creem que ela tenha reinado por um período após a morte de Akhenaton. 


Nerfetari, Grande Esposa Real de Ramsés II, de mãos dadas com Ísis. Pintura preservada em tumba.
 Nefertari (de 1290 a 1254 a.C.) foi a Grande Esposa Real de Ramsés II. Apesar do faraó possuir outras esposa, foi Nefertari a sua favorita e que reinou a seu lado, sendo fundamental em rituais e negociações de paz com os hititas. O templo de Abu Simbel é um dos monumentos do amor devotado de Ramsés a esta mulher. Sua tumba é a mais famosa e uma das mais bem preservadas do Vale das Rainhas. 
Em uma das inscrições que sobreviveram ao tempo, Nefertari é descrita como "A princesa, rica em louvores, soberana da graça, doce no amor, senhora das duas terras, a perfeita, aquela cujas mãos seguram os sistros, aquela que alegra o seu pai Amom, a mais amada, a que usa a coroa, a cantora de belo rosto, aquela cuja palavra dá plenitude. Tudo quanto pede se realiza, toda a realidade se cumpre em função do seu desejo e conhecimento, todas as suas palavras despertam alegria nos rostos, ouvir a sua voz permite viver."


Fontes:

JACQ, Christian. As Egípcias: Retratos de Mulheres do Egito Faraônico
Arqueologia Egípcia. Acesso:  http://arqueologiaegipcia.com.br/




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